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terça-feira, 11 de março de 2014

MANOEL MARIA


O nome extenso, uma data de nascimento pouco comum e uma carreira marcada pela precocidade, pelas conquistas e por acontecimentos que sempre colocaram a prova a sua capacidade de auto superação. Falamos do inesquecível ponteiro direito do Santos, Manuel Maria Evangelista Barbosa dos Santos, ou apenas Manuel Maria, nascido em Belém do Pará no dia 29 de fevereiro de 1948. O habilidoso e ainda muito novinho Manoel, jogava pelos campinhos acanhados do futebol amador da cidade de Santarém até o dia em que seu pai, Davi Nataniel Barbosa dos Santos, precisou mudar com a família para Belém em razão de compromissos profissionais.E foi em Belém que seu artístico futebol foi descoberto e antes mesmo de completar 14 anos foi encaminhado aos juvenis do Clube do Remo, onde rapidamente ganhou destaque. Mas a natureza dinâmica do trabalho do pai logo exigiu o retorno da família para Santarém. Depois de entendimentos com os dirigentes do Clube do Remo, o jovem Manuel permaneceu desfilando seu malabarismo dentro das fileiras do Leão Azul.Mas uma fratura no braço direito foi o suficiente para que o encanto dos cartolas do clube com o futebol de Manuel Maria fosse desfeito quase que instantaneamente. Dessa forma, Manuel voltou ao berço em Santarém. Com o braço curado, iniciou a sua trajetória jogando pelo São Raimundo, apesar da desconfiança inicial do treinador em razão do físico franzino do atacante. Triunfos pelo São Raimundo e participações pela Seleção Santarena no Intermunicipal de 1966, fizeram com que os times da capital paraense corressem atrás do refinado futebol do jovem atacante. O pai, experiente das coisas da vida, preferiu o Tuna Luso, onde o filho jogaria mais tranqüilo em 1967. Em campo Manoel Maria acabou com os pobres laterais e a partir daí a cidade de Belém ficou pequena demais para ele. Convocado para a Seleção Olímpica de 1968, despertou o interesse dos cartolas do Santos F.C, que sob o olhar clínico de Zito, levaram o jovem talento para a Vila Belmiro, fazendo sua estréia em uma excursão do time praiano em gramados europeus. Equipe do Santos em 1969, no Maracanã, antes da histórica partida do milésimo gol de Pelé contra o Vasco. Em pé: Carlos Alberto Torres, Agnaldo, Ramos Delgado, Djalma Dias, Clodoaldo e Rildo. Agachados: Mané Maria, Lima, Edu, Pelé, Abel e o massagista Macedo. No time do Rei, Manoel Maria foi espetacular. Ainda muito jovem conseguiu a camisa nº 7 do lendário Dorval, e quando a torcida viu o garoto jogar não deixou por menos, começou a chamá-lo de Mané, uma referência ao melhor ponta direita do mundo, Mané Garrincha. Logo em seguida, Mané Maria passou a ser lembrado para o grupo de selecionáveis que disputaria a Copa do Mundo de 1970 no México. Com a contusão do ponteiro direito Rogério do Botafogo, as chances de Manuel Maria figurar no time de Zagallo passaram a ser mais concretas.Júlio Mazzei, diretor de futebol do Santos, determinou que Manoel Maria não fosse com a delegação do Santos em mais uma excursão, pois a qualquer momento ele poderia ser convocado para o lugar de Rogério. No entanto, a comissão técnica optou por levar um terceiro goleiro e dessa forma o nome de Emerson Leão figurou na lista final que embarcou para o mundial. Desolado, Manoel Maria permaneceu treinando nas categorias de base e mantendo a forma física. Foi justamente durante esses dias que ele sofreu o acidente, que praticamente abreviou sua carreira para a prática do futebol, quando seguia com seu automóvel pela orla da praia de Santos. O acidente atrapalhou muito a carreira do excelente ponta-direita que vinha com atuações destacadas pelo time alvinegro. O jovem, então com apenas 22 anos, ficou em estado de coma por 11 dias, causando apreensão em seus familiares e amigos. Ao todo, foram 165 partidas com a camisa do alvinegro da Vila Belmiro com 37 tentos anotados no período entre 1968 até 1973, retornando depois em 1976, quando encerrou sua carreira. Em sua galeria de conquistas encontramos: - Campeão da Taça de Prata – Roberto Gomes Pedrosa (1968); Campeão da Recopa Sul-Americana Inter-Clubes (1968); Torneio da Amazônia (1968); Campeão Paulista (*1968, 1969 e 1973); Campeão do Torneio Hexagonal do Chile (1970); e Campeão da Taça Cidade de São Paulo (1970). Manoel Maria também teve passagens pela Portuguesa Santista, Racing da Argentina, Paysandu de Belém, Curitiba e Colorado (PR) e Cosmos de Nova York ao lado de Pelé. Depois do futebol, Manuel Maria trabalhou nos bastidores do futebol descobrindo talentos e ensinando os segredos da bola para a garotada em escolinhas.

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