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sábado, 15 de maio de 2010

Dorival, Mancha e o código de ética do futebol


por Leonardo Mendes Júnior, da revista ESPN
"A trajetória de Rodrigo Mancha no Santos acabou"; "Dorival Júnior enterrou a carreira do Mancha"; "O Santos terá de fazer um profundo trabalho de recuperação do Mancha".

Tudo isso foi dito e tuitado após a rápida e desastrosa participação de Rodrigo Mancha na derrota por 4 a 3 para o Grêmio. Quando o volante entrou, o jogo estava 2 a 0. Oito minutos e duas falhas bisonhas do meio-campista depois, o Grêmio deixou tudo igual, 2 a 2. Foi substituído.

Dorival Júnior fez o que qualquer chefe sensato faria: corrigiu uma decisão sua que deu errado. No mundo civilizado é assim, em qualquer área. Mas no futebol, com seu código de ética próprio, é proibido.

Como também é proibido substituir no primeiro tempo ou trocar goleiro durante a partida por deficiência técnica. Mas vale dar pontapé em quem ousa "desrespeitar" adversário com um drible a mais, fugir do discursinho comum de "o grupo está fechado" e "o professor sabe o que faz", entre outros exemplos da lógica canalha que rege o mundo da bola.

Ao invés de recorrer a baboseiras motivacionais, Dorival Júnior deve é explicar tanto publicamente quanto para Rodrigo Mancha que tentou fazer determinada mudança para se adequar a uma situação do jogo, não funcionou e em nome do time, precisou corrigir o rumo, algo a que qualquer um está sujeito, mas continua confiando no jogador.
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Crédito da imagem: Agência Estado
Dois exemplos da passagem de Dorival pelo Coritiba, em 2008, servem para embasar os possíveis argumentos do treinador. Na partida contra o Náutico, pela 34ª rodada do Brasileiro daquele ano, Carlinhos Paraíba entrou no intervalo, jogou 23 minutos, não resolveu os problemas do time e acabou substituído. Chiou, claro. Mas se não quisesse sair, era só ter feito seu papel direito.

Seis meses antes, Dorival deu uma demonstração de confiança em Mancha, ao colocá-lo em campo na final do Campeonato Paranaense. Reserva durante toda a campanha, o volante dominou a marcação no meio de campo e retribuiu a confiança com um chutão para o ataque, que encontrou Henrique Dias para fazer o gol do título.

Só é necessário sentar para conversar. E, claro, Rodrigo Mancha fazer como o treinador e mandar o código de ética do boleiro às favas.

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